Longo demais.
O inverno que está chegando em A Guerra dos Tronos é simplesmente longo demais. O livro é realmente bom – surpreendentemente bom, para falar a verdade. E estão ouvindo isso de alguém que nunca teve paciência para acompanhar essa série, cujos episódios parecem ir do nada a lugar nenhum, com tramoias intermináveis, muita putaria e pouca ação útil. Vi dois episódios da primeira temporada, um da metade da terceira e um da sexta, esperando que fosse simpatizar com algo aleatório, como aconteceu com The Vampire Diaries – que me conquistou com o episódio n°07 da primeira temporada. Sim, o da morte da Vickie! Isto, depois de já ter assistido ao segundo e terceiro, ao sexto e ao nono episódios, sem achar graça nenhuma –, mas a única cena que vi que é digna de menção – em Game of Thrones –, foi a de uma mulher enorme vestida numa armadura, jogando um cara de cima de um penhasco. Nada mais.
De modo que foi surpreendente que eu tenha realmente gostado do primeiro livro da saga; se bem que, se o autor tivesse um pouco de bom senso, poderia ter contado a mesma história com metade das páginas que a compõem. A Guerra dos Tronos enche muita linguiça, e tem uma porção de passagens irrelevantes. Mesmo assim, foi uma leitura satisfatória.
Ah, sim, e felizmente, não tem tanta putaria quanto a série. Até que George R. R. Martin foi coeso nesse quesito, sem vulgarizar.
A GUERRA DOS TRONOS (AS CRÔNICAS DE GELO E FOGO #1)
Título Original: A Game of Thrones
Autor: George R. R. Martin
Editora: LeYa
Páginas: 592
Gênero: Fantasia | Aventura
Sinopse:
Quando Eddard Stark, lorde do castelo de Winterfell, aceita a prestigiada posição de Mão do Rei oferecida pelo velho amigo, o rei Robert Baratheon, não desconfia que sua vida está prestes a ruir em sucessivas tragédias. Sabe-se que Lorde Stark aceitou a proposta porque desconfia que o dono anterior do título fora envenenado pela manipuladora rainha - uma cruel mulher do clã Lannister. E sua intenção é proteger o rei. Mas ter como inimigo os Lannister pode ser fatal: a ambição dessa família pelo poder parece não ter limites e o rei corre grande perigo. Agora, sozinho na corte, Eddard percebe que não só o rei está em apuros, mas também ele e toda a sua família. Quem vencerá a guerra dos tronos?
EEEEE
Cada capítulo é focado num personagem, e o autor vai alternando-os ao longo da narrativa.
De longe, os capítulos mais legais eram os que seguiam a trajetória de John, Ned, Aria, Daenerys e Tyrion, o anão Lannister.
De longe, a personagem mais irritante foi Sansa Stark, embora eu tenha começado a simpatizar com ela quando ela começou a cogitar a hipótese de assassinar o novo rei, seu noivo Jeoffrey Baratheon. Outra intragável é Lisa, irmã da Catelyn, com aquele seu maternalismo doentio, e francamente ultrajante.
Os capítulos que envolvem Bran foram interessantes, embora não memoráveis. O mesmo pode-se dizer de Catelyn. Houve altos e baixos, mas o saldo dela é bem positivo: uma mulher que se aventurou pelas estradas quando o reino claramente estava prestes a eclodir numa guerra, para tentar descobrir a verdade por trás do acidente com seu filho Bran, e punir os culpados. Bem, ela chegou a capturá-lo, mas ainda não foi dessa vez que o desgraçado foi punido. Sem falar que Catelyn se mostrou uma mãe sensata, que teme pela segurança dos filhos, mas nem por isso tenta colocá-los dentro de uma bolha. Ela quer que eles cresçam e tracem seus próprios caminhos, e está sempre lá, disposta a ajudar, orientar e até negociar por eles.
A ressurreição dos dragões que Daenerys provocou foi simplesmente sensacional. É uma pena que [SPOILER!] Khal Drogo tenha tido que morrer para isso, pois era óbvio que, mesmo com todas as dificuldades de comunicação, devido ao fato de a língua dos dothrakis ser nova para ela, e das diferenças culturais, os dois realmente aprenderam a amar um ao outro, e queriam demais começar uma família. Foi lamentável que Rhaego, o filho de Daenerys também tenha sido sacrificado no final. Mas a expectativa pelo que a mãe dos dragões pode aprontar para reaver sua coroa está nas alturas.
A Patrulha da Noite é uma história com grande potencial, mas que só começou de fato a ficar interessante no final do livro, com a aparição dos mortos-vivos que cruzaram a muralha para dentro da floresta dos Outros. Tudo indica que os próximos volumes terão ainda mais amostras desse poder sobrenatural que se esconde no norte.
E, claro, não podemos nos esquecer que essa história tem que se desenrolar bem depressa. Afinal, o inverno está chegando.
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