Depois
de um Halloween extremamente movimentado, chegamos a uma pobreza de Natal. Uma
pessoa me perguntou tempos atrás porque eu escrevo tão poucas reviews
natalinas, e aqui me sinto obrigada a plagiar o Seu Madruga, e dizer que a
culpa é dos energéticos.
Que
na nossa realidade se traduz como “companhia elétrica”. Acontece que eu moro
numa cidade do interior, numa região de serra, onde chove à cântaros em
dezembro e venta mais que ventilador gigante. E mesmo que o vento não seja
suficiente para derrubar uma arvorezinha sequer, nem caia raios suficientes
para ressuscitar um rato Frankenstein, a companhia que distribui eletricidade
nos brinda com uma grande quantidade de horas sem energia elétrica neste mês
festivo. Sério! Desde que mudei para cá – há quase uma década – acho que só
teve um ano em que não tivemos que passar o Natal à luz de velas.
Como
eu programei a postagem dessa review no início de dezembro, para ser publicada
no dia de hoje, é provável que eu esteja sem luz neste exato momento.
Sim,
é um caos. Consigo pensar em alguns bons presentes de Natal que eu gostaria de
enviar ao presidente da companhia elétrica local. Tipo antraz, ou uma bomba
atômica... Ou um CD do Frank Aguiar. Qualquer coisa que causasse um estrago bem
grande.
Enfim,
vamos deixar de lado os problemas elétricos da minha cidade e focar no nosso
especial de Natal.
E
desta vez, preparei algo extremamente nostálgico, um episódio natalino de um
dos meus desenhos animados favoritos de todos os tempos: Hey, Arnold!
Vamos
nos divertir com mais uma aventura do nosso querido Cabeça de Bigorna em:
Nossa
história começa na manhã da véspera de Natal – não... Jura?! Um especial
natalino que começa na véspera de Natal é algo tão inesperado quanto uma paçoca
feita de amendoim...
Bem,
vamos rever esse parágrafo:
Nossa
história começa no dia 24 de Dezembro, em que neva muito na cidade – que, a
propósito, é uma coisa que me faz invejar nossos amigos do outro hemisfério,
que podem se dar ao luxo de fazer bonecos de neve, anjos de neve, guerra de
bolas de neve, e tantas brincadeiras divertidas em dezembro, enquanto nós
simplesmente lutamos para não derreter num calor de duzentos graus, mais
besuntados em protetor solar que um pãozinho com manteiga, pedindo ao Papai
Noel para que caia um granizozinho que seja para nos refrescar.
Esse
clima tropical sinceramente cansa minha beleza.
Mas
vamos em frente...
Phoebe
– aquela japonesinha que é amiga da Helga, e uma das personagens mais
simpáticas da história dos desenhos animados – comenta sobre a decoração de Natal
da cidade, e pergunta à sua amiga mau humorada com uma sobrancelha só do que
ela mais gosta nessa época do ano.
E
a Helga não está se referindo exatamente às clássicas exigências quanto às notas
escolares, ou sobre arrumar o quarto, limpar sua bagunça, alimentar o cachorro
e manter o peixe do aquário vivo por pelo menos três dias. Acontece que Helga
vem de uma família completamente disfuncional: seu pai, Big Bob Pataki só se
interessa em aumentar os lucros de seus negócios, geralmente sem muitos
escrúpulos em apelar para meios menos lícitos para isso; sua mãe, Miriam, o
desenho nunca revelou claramente, mas dá para deduzir que era chegada na água
que o passarinho não bebe, uma mulher frustrada e avoada, que quando não estava
em coma alcoólico, também não estava nem aí para o que sua filha estava
fazendo, ou por onde andava até altas horas da noite; e a irmã mais velha,
Olga, que deveria ser um exemplo, ou no mínimo um apoio para Helga, apenas
aparecia em casa quando tinha algum problema, ou a necessidade de esfregar na
cara da caçula que ela era a prole perfeita de Big Bob, o que, invariavelmente,
só deixava Helga ainda mais zangada, frustrada e mau humorada que de costume.
Tenho
pena daquele garoto bocó que só aparecia em cena para levar socos da Helga cada
vez que ela precisava extravasar sua raiva – e cujo nome, pelo que me lembro,
nunca chegou a ser mencionado no desenho.
Mas
este ano, Helga descobriu o jeito perfeito de fazer Big Bob indenizá-la por
todos os traumas de infância que ela terá que resolver na terapia no futuro,
pedindo como presente de Natal não só um item caro, mas também extremamente
difícil de se conseguir em cima da hora: as novas e maravilhosas e cobiçadas
botas de neve assinadas por Nancy Spumoni.
E
quem diabos era Nancy Spumoni? Não faço ideia! Mas devia ser a Beyoncé dos
calçados, de acordo com o desespero das garotas pelas malditas botas nesse
desenho. Sabe o emprego com a Miranda Priestly, que, diz a lenda, milhares de
garotas matariam para conseguir? Esse caso é igual, e me espanta que a taxa de
homicídios em lojas de departamento não tenha crescido 99% nesse desenho.
Aliás,
exatamente no momento em que Helga está com a fuça colada na vitrine, namorando
as botas da última moda, Honda – a patricinha riquinha, que geralmente é legal
com o Arnold, e uma das poucas personagens ricas não estereotipadas em desenhos
animados – aparece para abalar as esperanças de Helga de ganhar as botas dos
sonhos nesse Natal, já que o produto está esgotado em praticamente todas as
lojas da cidade.
Que
são pensamentos extremamente espiritualizados, perfeitos para se ter no
Natal...
Enquanto
Helga decide qual combustível utilizará para queimar os negócios de seu pai
caso não ganhe o presente esperado, Arnold e Gerald compram presentes para suas
famílias. Gerald, que é um sujeito prático, comprou gravatas para a família
inteira: para o pai, para a mãe, o irmão mais velho, a irmã caçula, o cachorro,
o papagaio, os morcegos que fizeram ninhos no sótão... Mas Arnold está ali para
fazê-lo perceber que gravata não é um presente apropriado para uma menina de
quatro anos.
Tô
brincando, tá gente?! O psicopata desse desenho, e serial killer em potencial é
o garoto que vive apanhando da Helga – e talvez o Garoto-Chocolate –, não o
Gerald.
E
como reconhece que seu amigo com cabeça de bola de futebol tem razão, ele
decide dar a gravata para o avô e comprar algo mais adequado para sua
irmãzinha. Tipo um boneco do Chucky.
Daí
os garotos se separam para que um possa comprar o presente do outro, e nesse
momento Helga vê Arnold andando na rua, e começa seu monólogo sobre ele ser um
caipira bobão, com cabeça de ovo deitado, cuja existência é um ultraje à
natureza, que jamais deveria ter concebido um ser tão abominável e...
...
tão maravilhoso, com seu andar elegante, seu olhar de ursinho de pelúcia, seu
bravo, ainda que mal dirigido interesse pelos menos afortunados, e tão
apaixonadamente adorável...
Oh!
Sim,
Helga é completamente apaixonada pelo Arnold.
E
demonstra isso transformando sua vida num grande inferno.
Se
o sexo oposto também for adepto desse tipo de comportamento, começo a
identificar alguns prováveis fãs que tive nos meus primeiros anos do ensino
fundamental.
Isso
explica muita coisa...
E
também nos apresenta uma das principais missões desse episódio: Helga precisa
desesperadamente encontrar o presente perfeito para dar ao seu amado Cabeça de Bigorna
nesse Natal. Algo que o impressione, que expresse todo o seu afeto, e que faça
com que o garoto se apaixone irremediavelmente por ela também.
A
outra missão, ainda mais importante, começa a ser apresentada na cena seguinte,
quando Arnold chega em casa, no exato momento em que sua avó está desejando Feliz Ação de Graças a todos – porque a
mulher é birutinha da Silva –, e os pensionistas estão realizando o sorteio do
amigo secreto de Natal, mas estranhamente todos tiraram o Oskar.
Sei,
me engana que eu gosto, Sr. Kokoshka.
Daí
é claro que eles refazem o sorteio, enquanto a avó do Arnold canta:
Ah,
não, péra... Essa aí é a biscavó da
Chiquinha.
Mas
enfim, as duas têm mais ou menos os mesmo nível de loucura.
E
no amigo secreto, Arnold tirou o Sr. Hyuhn, o inquilino vietnamita da Pensão,
que nesse Natal parece mais desanimado que de costume.
Para
falar a verdade, esse é o único episódio em que eu me lembro de ter visto o Sr.
Hyuhn desanimado. Se bem que esse especial de Natal aconteceu logo no começo da
série, e eu não tenho certeza de que o cidadão tenha feito alguma grande
aparição antes disso.
E
como é um garoto que se importa com as pessoas, Arnold quer dar algo realmente
especial ao seu amigo secreto, ao que Gerald sugere que ele dê uma gravata.
Então
Gerald sugere que Arnold pergunte o que seu inquilino gostaria de ganhar.
Assim
mesmo, na lata.
Porque,
convenhamos que amigo secreto raramente
é secreto.
E
caso alguém esteja se perguntando o mesmo sobre mim – o que eu gostaria de
ganhar no Natal, quero dizer –, esse ano, estou aceitando meus presentes em
dólar, euro, e bitcoins.
Mas
o Arnold não tinha essa opção – quer dizer, dólar era uma opção, já que o
menino vive nos States –, então decidiu perguntar, como quem não quer nada, o que
alegraria o Sr. Hyuhn nesse Natal. Coisas básicas, sabe: doces, um bom casaco
de inverno, um cachecol, uma barra de ouro que vale mais que dinheiro...
Mas
só havia uma coisa que o Sr. Hyuhn poderia desejar.
E
é nesse momento que somos apresentados à triste história do passado do
inquilino vietnamita da pensão do Arnold.
Muitos
anos atrás, o Sr. Hyuhn vivia no Vietnã com sua filhinha May, e era um homem
feliz. A mãe da menina, não sabemos que fim levou, e o Sr. Hyuhn parece não
gastar pensamentos com ela. Vai ver, May era uma produção independente do
cidadão. Vai saber...
Mas
com a chegada da guerra, interromperam-se os sonhos dele sobre o futuro de sua
filha, e ele se viu diante da difícil decisão de separar-se da menina para que
ela pudesse crescer protegida na América, longe dos horrores da guerra.
Sem
ter como sair do país com sua filha, o homem precisou entregá-la a um soldado
americano, quando o helicóptero já estava partindo. Enquanto a aeronave
decolava, o soldado gritou o nome de uma cidade, onde mais tarde Hyuhn poderia
procurar sua filha.
E
foi por isso que ele veio parar na cidade do Arnold, vinte anos depois; mas
encontrar sua filha naquele lugar era como procurar uma agulha num palheiro.
Apesar disso, ele daria qualquer coisa para vê-la de novo, e saber se ela é
feliz.
Agora
que já sabe o que o Sr. Hyuhn quer nesse Natal, Arnold está determinado a
localizar a filha dele. O problema é que já é véspera de Natal, ou seja, ele tem
menos de vinte e quatro horas para conseguir, basicamente, um milagre.
Esta
seria uma missão adequada para Jack Bauer.
Mas
como esse desenho foi criado antes do seriado 24 horas, Arnold só pode contar
com a sorte, mesmo. E, no máximo, o Chapolin Colorado.
Assim,
Arnold pesquisou todas as agências governamentais da cidade, e descobriu a existência
de uma Repartição Federal de Informações, onde ele espera encontrar alguma alma
caridosa disposta a varar a madrugada trabalhando em pleno 24 de Dezembro só
para dar a um pobre imigrante vietnamita um Natal feliz.
Já
disse o sábio Mestre Linguiç... Digo, Professor Girafales. Mas como esse desenho
reflete a realidade, o que encontramos nessa Repartição Federal são montes de
funcionários bêbados, enchendo ainda mais a cara, esperando pacientemente o fim
do expediente, aquele momento mágico em que poderão ir para casa, encher a
pança de quitutes deliciosos, mandar o chefe para todos os infernos, e não ver
a fuça dele até o próximo 2 de Janeiro.
Mesmo
assim, Arnold não perde a esperança, e decide se embrenhar pelas entranhas do
lugar. E não é que ele encontra um sujeito atolado em trabalho?
Aliás,
atolado demais para ajudá-los.
Mas
bem nesse momento, a esposa do cara telefona, enchendo o saco porque ele ainda
não fez as compras de Natal, e ameaça arrancar seu fígado para rechear o
panetone, caso ele chegue em casa sem os presentes das crianças. E os meninos
veem nisso uma boa oportunidade de barganha: eles se oferecem para fazer as
compras pro sujeito enquanto ele termina seu trabalho atrasado, e em troca, ele
ajuda a encontrar a filha do Sr. Hyuhn.
Enquanto
os garotos percorrem todas as lojas da cidade atrás dos itens da lista do Sr.
Bailey – o funcionário não muito solícito da Repartição Federal –, Helga também
vaga pelo comércio local em busca do presente perfeito para o seu adorado
Cabeça de Bigorna. Ela já tinha se decidido por um jogo de videogame, quando o
objeto de seu afeto e o melhor amigo com o cabelo da Marge Simpson apareceram
para destruir suas ilusões de conquistar o amor do garoto com um presente caro
e impessoal.
E
nem se deram conta de que, enquanto passavam um sermão na menina, acabaram
deixando cair a lista de compras do Sr. Bailey. Mas tudo bem, porque só faltava
comprar um item: as botas de neve oficiais de Nancy Spumoni.
Não
disse que estava todo mundo querendo essas botas?
Agora,
querer e encontrar esse item tão requisitado em plena véspera de Natal são
duas coisas completamente diferentes.
É
entrar na loja e pedir as tais botas, para todos os vendedores caírem na
gargalhada.
Rindo
de duas crianças em plena véspera de Natal... Acho que não existe um grau na
escala FDP que comporte esse tipo de atitude. Tudo bem que eles estão querendo
um produto que está simplesmente esgotado até quatro de julho, mas pelo amor do
Bambi! São duas crianças! Vocês não têm coração?! Tomara que seu bônus de Natal
seja pago em notas do Banco Imobiliário, que é o que vocês merecem, seus...
seus...
Minha
mãe pediu encarecidamente que eu não use linguajar chulo no Natal, mas nesse
tipo de situação não dá para ser gentil.
...
SEUS DEPUTADOS FEDERAIS!
Perdoem
a baixaria, queridos leitores, família brasileira. Prometo me comportar daqui
em diante.
O
pior é que a cena se repete em todas as lojas em que os garotos entram. Então,
mais tarde, cansados de serem ridicularizados, e em cima da hora para o fim do
expediente na Repartição do Governo, lá vão eles explicar ao Sr. Bailey que foi
impossível encontrar as tais botas.
E
como não concluíram a tarefa, o cidadão decide não mover um dedinho sequer para
encontrar a filha do Sr. Hyuhn.
Mesmo
que os meninos tenham se esforçado.
Mesmo
que eles tenham comprado todos os outros duzentos e noventa e nove itens da
lista do cara.
Eles
não trouxeram TUDO. Por isso ele não vai fazer NADA!
Essa
imagem ilustra bem o espírito natalino deste cidadão da Cornolândia.
Daí
os garotos voltam para casa desolados, convencidos de que o Natal é um grande
papo furado, e que esse mundo é um lugar horrível para se viver, recheado de
pessoas egoístas, salafrárias, que não merecem nada além de seu desprezo, e
decidem dar a gravata que o Gerald comprou para sua irmãzinha ao Sr. Hyuhn –
torcendo para que ele não perceba a diferença entre o acessório e sua querida
filhinha –, e enviar uma bela caixa de bosta ao Sr. Bailey como presente de Ano
Novo. Com os devidos agradecimentos POR COISA NENHUMA!
Quem
também ficou inconsolável por ver seu amado Cabeça de Bigorna tão desanimado
foi a Helga – que, a essa altura, já havia desistido de comprar um presente de
Natal para ele. Daí ela foi para casa, onde encontrou sua família reunida em
volta do piano tocado por sua irmã perfeita Olga – que devia estar algum
problema, para estar em casa no Natal –, cantando alegremente uma canção
natalina, como se fossem a família mais feliz do mundo.
Mas
sabemos que a realidade aí é outra. A família de Helga, conforme já comentei,
se resume a um pai escroto, uma mãe alcoólatra e totalmente desinteressada na
família, e uma irmã que só lembra de voltar para casa em casos de vida ou
morte. Ninguém nunca se preocupou em ensinar bons valores à caçula. Então, por
que diabos estão todos cantando agora? Desde quando os Pataki são uma família
normal?
Bem,
talvez porque seja Natal, e a convenção social diga que devem agir assim.
Mas
convenhamos que esta cena é, em toda a história deste desenho, a que menos
reflete a realidade – e olha que já tivemos cocheiro sem cabeça, maquinista de
trem fantasma, e até um fantasma do feijão fedorento. Se esse desenho
refletisse a realidade, o mais próximo que a família da Helga chegaria de uma
família unida e feliz no Natal, seriam todos enchendo a cara de “líquidos
proibidos para menores” e tacando as garrafas uns nos outros no final da noite.
Na melhor das hipóteses, disputariam a tapa as coxas do peru.
Mas
enfim...
Nesse
momento, Helga recebe da mãe o presente que mais queria: as botas de neve da
Nancy Spumoni – aliás, segundo Miriam, aquele devia ser o último par da cidade,
já que ela passou dezoito horas na fila da loja, e precisou esfaquear as outras
mães para poder comprá-las.
Já
sabem a quem culpar pelo fracasso de Arnold em sua tentativa de fazer uma boa
ação nesse episódio, né?
Imediatamente
esquecida desses aborrecimentos, Helga calça suas botas novas e vai para a rua
desfrutar seu presente, toda empolgada, e pronta para esfregar na cara da Honda
que ela conseguiu as botas da Nancy Spumoni e ela não – ou sim, né? Não tivemos
mais notícias dela neste episódio, então, vai saber...
Mas
aí ela se lembra que era isso que separava seu amado Arnold da felicidade nesse
Natal, e se vê diante de mais um dilema moral, aos quarenta e cinco do segundo
tempo: por um lado, ela ganhou o presente que queria; por outro, não consegue
ficar totalmente feliz sabendo que
Arnold está tão para baixo por não ter conseguido alegrar seu amigo secreto.
Aproveite
e chute a bunda do Sr. Bailey, Helga, porque o filho duma égua do dia é ele!
A
consciência fala mais alto, e Helga decide embrulhar as botas de novo e dá-las
ao Sr. Energúmeno, para que não tenha mais desculpas esfarrapadas para não
ajudar o Sr. Hyuhn a reencontrar a filha de suas entranhas.
E
ela só consegue convencê-lo depois de fazer um grande discurso sobre o verdadeiro
significado do Natal, que consiste em mostrar às pessoas o quanto se importa
com elas. E se não fizer nada, Arnold nunca mais acreditará em milagres novamente.
Então
o desenho salta para a manhã seguinte, quando os pensionistas estão abrindo os
presentes de Natal. Curiosamente, o amigo secreto deles consistia em colocar os
presentes embaixo da árvore de Natal, etiquetados com o nome de seu
destinatário, sem que ninguém revelasse quem tirou quem.
Enquanto
isso, o Arnold continua cabisbaixo, pois com todo o corre-corre do dia anterior
para tentar encontrar a filha do Sr. Hyuhn, ele não conseguiu comprar nenhum
presente, de modo que o vietnamita ficou sem filha, sem presente, sem biscoito,
sem nada.
Mas
bem na hora em que o menino decide ir até o amigo e explicar o que houve, são
interrompidos pela campainha.
Oh,
é um milagre!
Depois
de todos os aborrecimentos, de ter passado a noite inteira acordado rezando
para o santo que estivesse de plantão fazer qualquer coisa que estivesse ao alcance
para proporcionar um bom Natal ao Sr. Hyuhn, eis que a graça foi alcançada, e
May Hyuhn encontrou o caminho da pensão onde mora seu pai.
Não
é emocionante?
É
uma epidemia de ciscos, Ernie, porque tá todo mundo com o mesmo problema aí na
pensão.
Mas
bem que o Arnold gostaria de entender como foi que esse milagre aconteceu.
Esse
desenho é o tipo de coisa que devia passar com frequência: uma obra carregada
de bons valores, e com uma mensagem realmente válida nessa época do ano.
Muito
embora não tenhamos mais notícias da filha do Sr. Hyuhn nessa série, sabemos
como foi importante para o sujeito reencontrá-la, e afinal, é a lição do dia
que conta: deixar de lado o consumismo desenfreado que se apodera de nós nessa
época do ano, e dar atenção àqueles detalhes que realmente importam, ao que
realmente pode fazer nossos entes queridos mais felizes.
A
quem me acompanhou por todo esse ano – e foi um ano bem agitado; nunca antes eu
conseguira passar de cinquenta postagens num único ano, e desta vez, cheguei
perto da casa dos oitenta! Só faltou concluir as reviews de Once Upon a Time,
que já estão escritas, até o final da série, mas eu acabei me enrolando, e não
tive tempo de montar todas as fotos. Fica para o ano que vem.
Como
ia dizendo, aos que me acompanharam ao longo de todo esse ano, quero desejar um
excelente Ano Novo. Espero que tenham se divertido, e que vocês continuem com o
coração aberto para encarar as minhas loucuras aqui no blog por pelo menos mais
um ano.
Em
2019 teremos muito mais diversão aqui no meu, no seu, no nosso
Admirável
Mundo Inventado!
Até
lá, pessoal! ♥
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