O
romance de estreia de Carol Sabar parece ter sido formulado como uma fanfiction
da saga Crepúsculo, ou com a pretensão de aproveitar o sucesso da saga e atrair
os mesmos fãs.
Parece!
Se
alguma dessas possibilidades é verdade ou não, simplesmente não importa, porque
ela criou uma história tão divertida e autêntica, que realmente não faz a menor
diferença qual tenha sido a intenção.
Autora: Carol SabarEditora: JangadaPáginas: 464Gênero: Chick-lit/ Young Adult
Sinopse:"Quando abro os olhos, ali estou eu. Deitada de bruços na areia da praia. E Robert Pattinson está passando óleo bronzeador nas minhas pernas".Aos 19 anos, Duda é literalmente viciada na saga Crepúsculo. Já perdeu a conta de quantas vezes leu os livros da série e assistiu aos filmes. Através de um perfil secreto na internet, ela se comunica com outras fãs do Crepúsculo que, assim como ela, estão totalmente convencidas de que não há garoto no mundo que valha um dente canino do vampiro Edward Cullen.Sua obsessão ganha fôlego com uma temporada de estudos em Nova York, onde ela faz planos mirabolantes para conhecer pessoalmente Robert Pattinson, o ator que interpreta o vampiro nos cinemas. Mas, após um incidente com seus únicos (e insubstituíveis!) livros da saga, Duda entra em verdadeiro surto de desespero. Percebe, então, que uma mudança radical em seu comportamento “crepuscólico” é mais do que urgente.O que ela não esperava era conhecer Miguel Defilippo, seu vizinho na ilha de Manhattan, que é a cara do ator Robert Pattinson! Apaixonante, lindo, rico, misterioso e ambíguo, Miguel acaba se tornando um desejo mais inacessível para Duda do que o próprio astro de Hollywood.Uma história cheia de humor, aventuras e reviravoltas, para você chorar de rir!EEEEE
Na
verdade, o tema é tão clichê na imaginação das fãs de qualquer ator, que torna
impossível a qualquer pessoa não se identificar com a Duda. Não precisa ser fã
de Crepúsculo, não precisa simpatizar com o Pattinson. Troque o nome dele no
título do livro pelo ator de sua preferência. Façamos um teste: pense no Cauã
Reymond (preferência nacional) ou no Bruno Gagliasso (idem) ou no Ian
Somerhalder (Deus, me liberte dessa obsessão, ou me faça um desse sob medida,
de preferência fluente em português!). Quem nunca se imaginou conhecendo um
desses lindos? Conquistando-os? Namorando-os?
Não
precisa ter vergonha. Todo mundo tem seu ator sonho de consumo.
E
esse é o motivo porque é fácil se identificar com a Duda. Ela não esconde de ninguém
– pelo menos, no princípio – sua paixão pela saga Crepúsculo, e sua obsessão
pelo Robert Pattinson. E quando vai estudar inglês em Nova York, a primeira
coisa em que ela pensa é ter uma oportunidade de estar na plateia de um
programa de TV de que o Pattinson participe, encontrá-lo no caminho quando ele
estiver indo embora e conseguir um autógrafo. Secretamente, claro, ela sonha ser
muito mais íntima dele do que isso, mas sabe que seu primeiro plano é mais
facilmente alcançável.
A
última coisa que ela poderia esperar era ter um vizinho em Nova York que fosse a
cara, o focinho, a imagem espelhada de seu ídolo!
Miguel,
o vizinho brasileiro de Duda parece possuir apenas uma diferença de Pattinson:
um tom ligeiramente diferente de verde na cor dos olhos. Fora isso, ele chega a
confundir muita gente. E odeia isso! Odeia ser comparado com ele, odeia ser confundido com ele, e odeia quando alguém o aborda
pensando que é ele. Se ele soubesse
que tudo em que Duda consegue pensar é nele...
Mas
ao contrário do que o título sugere, o romance entre Duda e Miguel não floresce
muito fácil, porque o sósia de Robert Pattinson é um cara misterioso e
escorregadio, e parece ter um segredinho, e um pretexto sempre na ponta da
língua para afastar Duda. Quase sempre uma desculpa esfarrapada. Enquanto isso,
Pablo, um amigo espanhol do curso de inglês está louquinho para ser mais do que
amigo dela.
Soa
familiar? Um belo moreno disputando a atenção da garota meio ingênua com um
branquelo misterioso?
Pois
é...
Imagino
que tenha sido proposital Carol Sabar criar um paralelo tão nítido com os
personagens de Crepúsculo. Duda é bem mais ingênua do que Bella e muito mais
imatura, e ainda tem o agravante de estar morando num país cuja língua ela
ainda está aprendendo a falar. Diferentemente de Bia, a protagonista de Azar o Seu!, o primeiro romance que li da Carol Sabar, tive certa dificuldade para
gostar da Duda. Ela é divertida, engraçada e carismática, mas sua ingenuidade e
sua obsessão pelo vizinho parecido com o Pattinson me causava certa irritação.
Principalmente porque, durante o livro todo, ele deu a entender que não estava
realmente interessado nela, e que se alguma coisa rolasse, seria simplesmente
porque ela estava ali, disponível, e frequentemente atrás dele. E ela, tiete
demais, sinceramente, parecia só estar interessada nele por causa de sua
semelhança com o vampiro purpurinado. Foi uma suposta paixão que não me
convenceu. E me deixava particularmente irritada a resistência dela em dar uma
chance ao Pablo que demonstrava gostar dela de verdade, sem pretextos nem
desculpas esfarrapadas.
O
que, aliás, me lembra algumas das sensações que tive quando li Crepúsculo:
sempre que Edward fugia, Bella se refugiava em Jacob, para depois voltar
correndo, abanando o rabinho, ao primeiro assobio do vampiro. Terá sido de
propósito de novo, Carol Sabar?
Bem,
mas como eu disse em algum momento aí ao longo da resenha, apesar de imatura e
ingênua, Duda é divertida e engraçada, e não dá para negar que ela é
determinada. E, se por um lado, sua história de amor com Miguel não me
convenceu a ponto de eu torcer pelo casal, pelo menos a história nos brindou
com situações muito divertidas, como a vez em que ela o convenceu a se passar
por Pattinson para vencer a multidão na Times Square no Ano Novo, e conseguir
uma sacada num hotel de luxo para assistir à descida da bola e à queima de
fogos de artifício. E o engarrafamento a caminho de Chicago, quando eles viajaram
juntos de carro, porque o passaporte dela tinha ido passar o feriado em
Barcelona (longa história!), impedindo-a de voar com os amigos.
Aliás,
muito bem lembrado! Eu não posso encerrar essa resenha sem mencionar os amigos
de Duda. Bem, Lisa e Margot, sinceramente, me cativaram menos do que sua irmã
mais velha, Susana, que, embora muitas vezes parecesse não se importar muito se
a irmã estava prestes a se ferrar, também estava sempre disposta a tirá-la das
confusões, e cuidar para que ela ficasse bem. Já mencionei que gosto de
personagens secundários, né!?
Como (Quase) Namorei Robert
Pattinson é uma história leve e divertida, capaz de
arrancar boas risadas, mesmo se você não tiver a menor afinidade com a saga que
a inspirou. É um bom exemplo de um livro longo – com mais de 400 páginas – que
você lê sem sentir o peso delas. É uma narrativa fluida, rápida e deliciosa.
Perfeito para quem busca diversão, distração, e identificação – ao menos, até
certo ponto – com a paixão de um personagem.
Adorei a resenha e fiquei muito interessada em ler o livro! Parece ser uma leitura divertida!!
ResponderExcluirWww.livrosediversasideias.blogspot.com.br
Fico feliz que tenha gostado. É uma ótima leitura. *-*
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