Desafio #23: Amor Eterno Nem Sempre é Um Mar de Rosas

em terça-feira, 21 de março de 2017

O desafio literário já perdeu completamente o sentido, uma vez que o estou arrastando pelo terceiro ano, mas como não gosto de deixar as coisas inacabadas, vou continuar enumerando-os à medida que as minhas leituras se encaixem na lista.
Como é o caso do livro de hoje, o escolhido para “com a capa linda”.


VOCÊ (NÃO) É O HOMEM DA MINHA VIDA
Título Original: You’re the one that I don’t want
Autora: Alexandra Potter
Editora: Record
Páginas: 448
Gênero: Chick-lit

Sinopse:
“O sonho da maioria das mulheres é encontrar o homem da sua vida. Lucy só quer se livrar dele”.

No instante em que Lucy conhece Nate em Veneza, durante o intercâmbio da faculdade, ela tem certeza de que é o amor da sua vida. Com toda a magia do primeiro amor, eles se beijam ao pôr do sol sob a Ponte dos Suspiros, o que, segundo a lenda local, os uniria para sempre.
Passados dez anos, porém, eles perderam contato por completo. Até que Lucy se muda para Nova York, e o destino faz com que se reencontrem. E se reencontrem. E se reencontrem. Mas o Nate atual é muito diferente do que ela conheceu aos 19 anos, e Lucy preferia o antigo.
Será que ele é mesmo sua alma gêmea? Como ela conseguirá se livrar dele? Afinal “para sempre” pode ser muito tempo...
Uma comédia romântica original e mágica sobre o que acontece quando o sonho de toda menina de encontrar sua alma gêmea se torna verdade.

EEEEE

 
 
Você (Não) é o Homem da Minha Vida é um chick-lit (o correspondente literário das comédias românticas), escrito pela britânica Alexandra Potter.
Esse é um tipo de romance meio água com a açúcar, mas vale a pena comentar.
A frase impressa na capa já nos dá o tom da novela: “A maioria das mulheres deseja encontrar o homem perfeito. Lucy só quer se livrar dele”. Isso, somado ao título “Você (Não) é o Homem da Minha Vida” e à beleza da capa parecem ser a receita ideal para aguçar a curiosidade do leitor.
O livro conta a história de Lucy Hemmingway, uma britânica que em 1999, quando estudava arte na faculdade, fez um curso de verão em Veneza, uma das cidades mais belas e mais conectadas à arte no mundo, onde conhece Nathaniel Kennedy, um americano que parece ser sua alma gêmea.
Pois é... Parece.
E eles estão tão convictos de que seu amor é perfeito, que decidem desafiar o destino, depois que um velhinho estranho lhes dá duas metades de uma moeda partida presas em cordões, representando as duas metades de um todo que se encaixam com perfeição, e conta a lenda da Ponte dos Suspiros: o casal que se beijar numa gôndola, sob a Ponte dos Suspiros ao pôr do sol, ao mesmo tempo em que os sinos tocam na basílica de São Marcos, garantirá amor eterno, e nada jamais poderá separá-los.
Lucy e Nate decidiram tornar seu amor eterno, cumprindo o ritual da lenda, mesmo sabendo que se separariam em breve, pois ela morava em Manchester, na Inglaterra, e ele na Califórnia, Estados Unidos. Por algum tempo, eles até tentaram manter o relacionamento à distância, até o dia em que Nate comunicou à Lucy, por telefone, que se apaixonara por outra mulher, e que se casaria com ela. Aquele foi o fim do que poderia ter sido uma história de amor “lendária”. Mas o casal ainda descobriria que o destino é mais poderoso do que podiam imaginar.
Dez anos mais tarde, Lucy consegue um emprego numa pequena galeria de arte em Nova York, e pouco tempo depois, quando vai instalar uma coleção de obras de arte na cobertura de um cliente em Manhattan, depara-se com uma segunda chance de reviver aquela história de amor épica.
O problema é que aquele não é mais o mesmo Nate. E aquele não é mais o mesmo amor adolescente que compartilharam em Veneza. Suas vidas tomaram rumos que tornaram inconcebível o reenlace daquela paixão.
Mas o destino parece não estar nem aí para sua decisão de permanecerem separados. E Lucy não sabe mais o que fazer para se livrar de uma vez por todas de sua suposta alma gêmea, e dessa forma abrir espaço em sua vida para uma nova história de amor.
Você (Não) é o Homem da Minha Vida é como as comédias românticas da Katherine Heigl: divertido, porém, previsível. Fica claro desde o início que Lucy e Nate vão se reencontrar em Nova York – aliás, fica evidente onde eles vão se reencontrar –, e também fica claro desde o mini enredo da capa que esse romance terá prazo de validade curto. Mas, como diria Lisbela, “a graça não é saber o que acontece; mas quando acontece, e como acontece”. E acontecem muitas confusões com esses personagens. O destino parece determinado a uni-los, e não está economizando recursos para isso – para quem ainda não foi informado, o destino até aprendeu a utilizar telefones celulares(!), e ele sempre sabe a senha para desbloquear seu aparelho. Maluquice? De modo algum! São coisas do universo.
E, eu não sei se já ficou claro nesses quase cinco anos do blog, que eu sou apaixonada por personagens secundários. Não importa o quanto o protagonista seja bom – ou ruim, algumas vezes –, o que me cativa na maioria dos livros que eu leio, é um personagem que aparece como quem não quer nada, com a função de ser só um coadjuvante: o(a) melhor amigo(a), o(a) colega de trabalho, o(a) vizinho(a) que está sempre por perto quando alguma coisa interessante acontece, o garçom que sempre tem um conselho ou um comentário bem sacado para dar... Enfim, um personagem sem grandes pretensões, que vai chegando de mansinho, ganhando espaço e transformando cenas corriqueiras em grandes – ou divertidos – diálogos. Eu poderia fazer uma lista de personagens secundários que já me deram motivo para suportar alguma protagonista intragável (que não é caso da Lucy, de modo algum. Se ela não chega a ser uma Scarlett O’Hara, também está muito longe de ser uma Anastácia qualquer coisa daquele livro que não se sabe porque diabos fez sucesso. Ou melhor, o diabo é que todo mundo sabe exatamente porquê ele fez sucesso, mas isso agora não vem ao caso). E emendando um parêntese no outro, agora que dei ideia para maluca (eu mesma, no caso), pode ser que um dia desses eu poste uma lista com os meus personagens secundários favoritos nos livros.
Mas, como ia dizendo, gosto de personagens secundários, e esse livro em particular possui alguns que não podem deixar de ser mencionados:
Robyn, a colega de apartamento da Lucy em Nova York, que é fascinada pelas questões relacionadas ao destino e ao universo interferindo na vida das pessoas, e que é a grande responsável por não deixar que a Lucy fique muito pirada por não conseguir se livrar de Nate – e, frequentemente, sendo a catalisadora das grandes confusões em que Lucy se mete na tentativa de expulsar o ex-namorado de sua vida –, e que passa o livro inteiro obcecada em procurar sua alma gêmea, que uma vidente “garantiu” que é moreno, bonito e se chama Harold. Aliás, essa é outra novela dentro da novela principal do livro, e com um desfecho muito legal;
Magda Zuckerman, a chefe de Lucy na galeria, uma perua toda trabalhada na cirurgia plástica, que apregoa um infalível talento para casamenteira, e está determinada a encontrar uma boa moça judia para seu filho Daniel e um marido rico para Lucy. Aliás, ela é a grande responsável por colocar Lucy de volta no caminho de sua “alma gêmea” – mas só da primeira vez;
E Adam, o penetra de galerias, apaixonado por cinema, que está aberto a aprender um pouco sobre arte com sua nova professora, adivinha quem? Pois é... E cá entre nós, com meia dúzia de aparições, o rapaz conseguiu conquistar mais de um coração.
Enfim, essa não é uma história revolucionária, nem cem por cento original. Pensando nisso agora, até me fez lembrar um pouco o filme Quando em Roma em que a personagem de Kristen Bell recolhe moedas jogadas por cinco homens diferentes na Fontana D’Amore, em Roma, e, graças a isso, todos eles se apaixonam por ela. Mas como cinco é demais, ela precisa subtrair pelo menos quatro dessa equação. Aliás, uma boa comédia romântica.
Assim como o livro da Alexandra Potter, que tem todos os ingredientes para conquistar as amantes de chick-lit: uma história de amor interessante, belos cenários desde Veneza à Nova York, muitas encrencas para a protagonista se meter, e uma lenda romântica cuja magia tem eficiência comprovada – para infelicidade geral da mocinha.

3 comentários:

  1. Olá!

    Encontrei seu blog num grupo do facebook! Visitando para conhecer!

    Um grande Abraço!

    O.C.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Oscar!

      Obrigada pela visita. Espero que goste do meu espaço maluco, rs.

      Seja sempre bem-vindo *-*

      Beijos

      Excluir

Obrigada pela visita!
E já que chegou até aqui, deixe um comentário ♥
Se tiver um blog, deixe o link para que eu possa retribuir a visita.



Apoie o Blog Comprando Pelo Nosso Link




Topo