Não
dá para negar: sitcom é um formato de comédia para TV que nunca vai ficar
ultrapassado. E a televisão brasileira é mestra em emplacar sitcons de sucesso.
Tempos atrás eu falei aqui no blog sobre Sai de Baixo e Toma Lá Dá Cá,
provavelmente os sitcons de maior sucesso no Brasil (além de A Grande Família,
é claro), e agora chegou a vez de falar do programa que foi a melhor estreia do
ano passado, e que atualmente está no ar com sua segunda temporada no canal a
cabo Multishow.
O
próprio nome do programa já dá o tom da aposta: Vai Que Cola! Com grandes nomes
da comédia brasileira no elenco, e totalmente inspirado em humorísticos
consagrados, como os já citados Sai de Baixo e Toma Lá Dá Cá – programas
gravados ao vivo diante de uma plateia –, Vai Que Cola com certeza colou, e
conquistou o público da emissora, tornando-se o programa brasileiro de maior audiência
da TV por assinatura em 2013.
A
história se desenrola numa pensão no Méier, zona norte do Rio de Janeiro, onde
o malandro Valdomiro Lacerda (Paulo Gustavo, de Minha Mãe é Uma Peça) se
refugiou, após participar e se tornar bode expiatório de um famigerado golpe na
Beta Engenharia, empresa da qual era sócio, e que deveria ter construído um
abrigo para velhinhos, projeto este que não foi realizado, pois Valdomiro e
outros sócios passaram a mão na verba. No entanto, os comparsas de Valdomiro
também passaram a perna no malandro, sumiram no mundo com o dinheiro roubado, e
o deixaram para trás para levar a culpa da falcatrua.
Valdo
chega à pensão no meio da noite, e mesmo sem nenhuma credibilidade, acaba sendo
acolhido pela bondosa Dona Jô (Catarina Abdala), dona da pensão, que concorda
em mantê-lo escondido, em troca de que ele trabalhe para ela em seu negócio
paralelo de entrega de quentinhas na zona norte.
Quem assiste vai entender... |
Então Valdomiro passa a conviver com os outros amalucados moradores da pensão da Dona Jô, como a fogosa Jéssica (Samantha Schmutz, ex Zorra Total), filha da dona da pensão, que se recusa a fazer supletivo ou faculdade, e passa o dia todo conectada às redes sociais tentando emplacar um vídeo que a torne famosa.
Discípula
de Dona Flor, a piriguete divide o tempo entre seus dois namorados: Máicol
(Emiliano D’Ávila, de Avenida Brasil), o namorado dos dias ímpares, filho da
vizinha da pensão, uma espécie de Magda de calças; e o malandro Lacraia (Silvio
Guindane), o namorado dos dias pares.
O
outro funcionário da pensão é o zelador Ferdinando (Marcus Majella, do Porta
dos Fundos), mas “AMOOOOOOORRRR! Ele não é zelador; ele é concierge!”, um dos
personagens mais divertidos da série. Gay, devoto de Santa Barbra [Streisand],
sonha ser cantora de cabaré. Mas como Dona Jô não tem dinheiro para pagar seus
salários atrasados, e poder enfim mandar o funcionário preguiçoso embora, ele
vai participando de concursos ali pelo Méier, mesmo.
Entre
os moradores da pensão, temos Terezinha (Cacau Protásio, a inesquecível Zezé,
de Avenida Brasil), viúva do finado Tiziu, de acordo com ela “um santo homem”,
famoso bicheiro, rei do Morro do Cerol, que supostamente deixou uma mala de
dinheiro escondida entre o morro e a pensão da Dona Jô, mas que ninguém sabe se
existe, nem onde está. O dinheiro na pensão já virou lenda!
Seguindo
Terezinha para todo lado, está Aparecida de Cascadura, mais conhecida como
Velna (Fiorella Mattheis, ex Vídeo Show), uma pseudo-gringa, que todo mundo diz
que é tcheca, porque ninguém sabe de onde ela veio. Na verdade, Velna é uma
golpista, que se infiltrou na pensão da Dona Jô a mando de seu ex-namorado e
comparsa Armando (Augusto Madeira), para descobrir onde está a herança do
finado Tiziu. Durante toda a primeira temporada, Velna se mostrou fluente num idioma
internacionalmente conhecido como “embromation”, exceto quando falava ao
telefone com Armando; daí ela falava português, mesmo.
Completando
o elenco de feras do humor, temos ainda o Seu Wilson (Fernando Caruso, de
Aline), um faz-tudo esquisitão, nerd, apaixonado por Star Wars e pela Dona Jô,
não necessariamente nessa ordem, que nunca consegue declarar seu amor à dona da
pensão, a “quentinha do Méier”, exceto quando conversa com ela através de um
site de encontros na internet, usando o pseudônimo “surfista prateado”.
E
aparecendo eventualmente na pensão, sob o pretexto de visitar a filha, mas
geralmente interessado em alguma nova ideia para usar em seus programas de TV,
Toni Manchette (Manchette com dois “Ts”, porque manchete boa tem um T a mais!),
pai de Jéssica, que trabalha numa emissora de TV, mas apesar de conhecer o
sonho e o talento da filha, não faz nada para ajudá-la – exceto quando lhe
convém! Interpretado por Sérgio Loroza.
A
primeira temporada girou em torno do status de foragido da justiça de
Valdomiro, e sua adaptação forçada à vida no subúrbio – sua insatisfação por
ter que sair do Leblon, e suas constantes comparações, em geral sarcásticas,
entre sua antiga vida na zona sul, e a nova residência no Méier.
Na
segunda temporada, Valdomiro, agora com habeas corpus, continua insatisfeito
com o Méier, tão mal-humorado e malandro quanto antes, mas pelo menos agora ele
não precisa correr de qualquer policial que pinte na área.
E
como no mundo do entretenimento sempre é necessário inovar, outros personagens
foram criados para a segunda temporada, para trazer novos sotaques ao
humorístico, e integrar as novas aquisições da emissora ao elenco, sem fugir ao
foco do programa, que, se não me engano, é “cada um com seu rabo preso”.
Um
dos novos personagens, que promete disputar a vaga de protagonista com Valdo, é
Sanderson (Marcelo Médici), motoboy, sobrinho da Dona Jô, e corintiano roxo,
que precisou fugir de São Paulo por causa de alguma rixa com a torcida, e por
isso foi para o Méier procurar refúgio na pensão. Sanderson é o mais engraçado
dos novos personagens, com sua paixão doentia pelo Timão e seu sotaque paulistano
carregado, que destoa de todo o resto do elenco. Apesar das tentações que
encontra na pensão, Sanderson se mantém Fiel (Corinthians até o fim, mano!) à
Rose Sheila, a namorada que ele deixou em São Paulo; mas como a carne é fraca,
de vez em quando ele até joga um xaveco na Velna, e quase sempre acaba indo na
conversa da Terezinha (porque numa situação dessas, o camarada não tem tipo,
tem pressa!).
Para
disputar com Sanderson a vaga de entregador oficial das quentinhas da Dona Jô,
chegou à pensão a taxista Eloisa (Tatá Werneck), que ninguém sabe se é homem, ou
mulher, ou que bicho que é...
E
para completar o novo time de golpistas na pensão da Dona Jô, Jaqueline (Júlia
Rabello, do Porta dos Fundos), ex-namorada do Valdo, também precisou deixar Ipanema
e se refugiar no Méier, até conseguir se livrar de uma falcatrua que participou
com JP, o homem com quem ela corneou Valdo, e que depois tentou usá-la como
laranja em outro golpe.
Jaqueline
já tinha feito uma participação na primeira temporada de Vai Que Cola, na qual
tentou aplicar um golpe nos moradores da pensão, e foi posta para correr ao fim
do episódio. Em seu retorno à pensão na segunda temporada, ela foi recebida com
muita desconfiança por parte dos moradores, mas com muito charme pela tia do Máicol
(convidada especial Carol Castro).
E aparecendo sempre por lá para tentar vender seus cacarecos numa boa, temos Marli (Flávia Reis, de 220 Volts), a vizinha muambeira e intrometida da pensão, que por escolha própria ou não, sempre acaba envolvida nos rolos dos moradores do lugar em todos os episódios em que aparece.
E aparecendo sempre por lá para tentar vender seus cacarecos numa boa, temos Marli (Flávia Reis, de 220 Volts), a vizinha muambeira e intrometida da pensão, que por escolha própria ou não, sempre acaba envolvida nos rolos dos moradores do lugar em todos os episódios em que aparece.
E
como todos sabemos que a pensão da Dona Jô é muito bem frequentada, muitos
outros personagens ainda podem aparecer. Afinal de contas, de rabo preso e
louco, todo mundo tem um pouco.
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