Quem Conta o Conto Aumenta Um Ponto

em domingo, 24 de fevereiro de 2013


2012 foi um ano estranho. Lançaram duas Brancas de Neve Made in Paraguai, cuja intenção não ficou muito clara, a não ser que o objetivo seja provocar risos e gozações em Redes Sociais. Sobre Branca de Neve e o Caçador talvez eu comente em outro momento, apenas não entendi de quem foi a ideia de sugerir que Kristen Stewart possa ser mais bonita que Charlize Theron... Pasmem: o filme não foi classificado como comédia!

Na verdade, quem merece uma postagem é a comédia – esta sim, classificada como tal – Espelho, Espelho Meu. Eu confesso que não aprecio nenhuma versão do conto, exceto talvez Um Conto de Fadas de Terror, mas esta, tenho que dar mão à palmatória, foi criativa.

No filme, Lily Collins – Sobrancelha, como eu a chamei – era a princesa odiada pela Rainha Má Julia Roberts – segundo comentários, vestindo pela primeira vez a própria pele no cinema. Dizem que fora das telas Julia é uma megera impiedosa e mal-humorada, que destila arrogância e fúria sobre todos aqueles que julga inferiores à Sua Majestade Ela Mesma.

Nesta versão, além da beleza, a Rainha deseja o Príncipe cujo coração fora conquistado por Branca de Neve.

A história é a seguinte:

Era uma vez Sobrancelha, a filha de um rei viúvo, que um belo dia se casou com Uma Linda Mulher, sem desconfiar que ela era rabugenta como um ogro, e que recorria a magia negra para realizar suas ambições. Então, algum tempo depois de se casar com a megera, o rei partiu de seu reino, deixando uma adaga com sua filhinha, na época com oito anos de idade, e nunca mais regressou.


Dez anos se passam, e Sobrancelha é a princesinha oprimida, presa numa torre – na verdade, num quarto – que nunca sai do castelo porque, segundo a Rainha, ela é fraca demais para isso... Bullying nos contos de fadas! Onde a gente liga para denunciar isso?

O que Sobrancelha não sabe, é que a Rainha extorquiu todo o ouro da população em impostos para pagar sua boa vida, e graças a isso, o povo agora passa fome.

J. K. Rowling provavelmente não percebeu o plágio cometido por esta produção, ao mostrar a Rainha jogando xadrez de servos, do mesmo jeito que Rony e Harry jogavam xadrez de bruxos.

Era uma vez Sobrancelha, a filha de um rei viúvo, que um belo dia se casou com Uma Linda Mulher, sem desconfiar que ela era rabugenta como um ogro, e que recorria a magia negra para realizar suas ambições. Então, algum tempo depois de se casar com a megera, o rei partiu de seu reino, deixando uma adaga com sua filhinha, na época com oito anos de idade, e nunca mais regressou.

Dez anos se passam, e Sobrancelha é a princesinha oprimida, presa numa torre – na verdade, num quarto – que nunca sai do castelo porque, segundo a Rainha, ela é fraca demais para isso... Bullying nos contos de fadas! Onde a gente liga para denunciar isso?

O que Sobrancelha não sabe, é que a Rainha extorquiu todo o ouro da população em impostos para pagar sua boa vida, e graças a isso, o povo agora passa fome.

J. K. Rowling provavelmente não percebeu o plágio cometido por esta produção, ao mostrar a Rainha jogando xadrez de servos, do mesmo jeito que Rony e Harry jogavam xadrez de bruxos.


Antes que a história realmente comece, conhecemos o outro personagem de destaque no conto, o Príncipe Chorão, como eu o apelidei, e seu fiel escudeiro Borra Calças, que viaja com ele pela floresta com medo da Fera.

De repente, o Príncipe e seu escudeiro são cercados por um grupo de ladrões, os gigantes de meio metro de altura equilibrados em pernas de sanfona, que levam o ouro e as calças do Príncipe.


Agora, descobrimos porque o filme foi intitulado Espelho, Espelho Meu. Uma Linda Mulher finalmente diz as famosas palavras, e o espelho se revela um portal para a Caverna do Dragão – O Dragão, neste caso, é ela própria, ou seu reflexo dentro de outro espelho, uma versão moderna da bola de cristal, que lhe dá conselhos sobre política, economia, relacionamentos amorosos e previsões do tempo.


Detalhe: esta previsão falhou, porque Uma Linda Mulher jamais fez esta pergunta. Ela parecia o tempo todo ter certeza de que sua beleza era superior a qualquer outra.

Seguindo o roteiro de Lisbela e o Prisioneiro: já vimos a mocinha e o mocinho, agora vamos ver os dois juntos.

Isso acontece num encontro inesperado e inusitado na floresta, onde Sobrancelha encontra o Príncipe Chorão seminu, amarrado de ponta-cabeça com seu escudeiro Borra Calças, conforme foram deixados pelo bando de ladrões. O que eu ainda não consegui entender é porque Borra Calças estava usando um espartilho!


Aparentemente muito longe de casa, o Príncipe Chorão vai até o castelo pedir ajuda – e roupas! – a Uma Linda Mulher, que num atraso de dez anos, derrete-se ao ver o rapaz seminu na sala do trono. Então ela decide que ele é o candidato perfeito ao cargo de seu sexto marido – melhor nem tentar imaginar o que ela fez aos quatro primeiros. O quinto foi o pai de Sobrancelha, e eu não vou adiantar os fatos.

Uma Linda Mulher decide então dar um baile, onde conquistará o coração do Príncipe Chorão com sua suposta beleza incomparável.

O sonho de consumo de muita gente é dar à sogra o tratamento de beleza da Rainha: pincelar o rosto dela com merda de pássaro, hidratar as mãos com minhocas, enfiar a mão num pote com sanguessugas para fazer as unhas, besuntá-la com (aquilo era leite?), e a cereja do bolo: ferroadas de escorpião – sabe-se lá para quê! Talvez provar quem tem o veneno mais forte...


Para azar da megera, Sobrancelha acaba indo ao baile, com um chapéu de cisne, e dançando com o Príncipe Chorão com um chapéu de coelho – ou orelhas de burro, não ficou muito claro...

Furiosa com Sobrancelha por ter cativado a atenção do Príncipe de seus sonhos, Uma Linda Mulher ordena que seu Puxa-Saco Real a leve para a floresta e deixe a Fera devorá-la, mas na hora H, ele fica com pena da mocinha e a deixa fugir.

Finalmente, depois do que parece ter acontecido muita coisa, Sobrancelha encontra a casa dos anões, e desobedecendo a ordem da placa que diz que quem tem mais de um metro e vinte não pode entrar, ela entra, e conhece seus novos amigos.

Por todos os contos dos Irmãos Grimm, como pode haver sete anões na história e nenhum deles ser mudo? Onde foi que enfiaram o Dunga?

Como a ideia não era refilmar a clássica história, criaram um novo time de anões, então vamos apresentá-los:


1- Tampinha: que depois de todos os perrengues descobre o amor.

2- Açougueiro: futuro campeão peso-mosca, e eu nem quero imaginar porque tem esse nome.

3- Napoleão: É compreensível, dizem que o verdadeiro era baixinho, mas não vamos exagerar. Por alguma razão, um dia ele revolucionará penteados.

4- Will Grimm: órfão de irmão, um dia se tornará escritor de contos de fadas.

5- Riso: que um dia trabalhará num circo real.

6- Rango: que passa por toda essa palhaçada só para ter um banquete no final.

7- Lobo: que voltará para sua matilha depois que o filme acabar – e possivelmente reencontrará Jacob Black!

Como não tem para onde ir, Sobrancelha se junta aos anões, que cansaram de trabalhar nas minas de diamantes, pois descobriram que era mais fácil escavar os bolsos dos nobres, e agora formam uma quadrilha de ladrões de impostos – e até das calças de quem os coleta! Mas seu primeiro saque é levado para o vilarejo e distribuído entre os pobres, porque Sobrancelha acha que é filha de Robin Hood, e quer promover a inclusão social dos pequeninos com a população.

Já em sua segunda incursão pelo mundo do crime, Sobrancelha e os anões assaltam o Príncipe Chorão – de novo! – e, para surpresa dele, ela não está morta, como Uma Linda Mulher havia dito. Novamente o Príncipe, que pediu à Hollywood um contrato similar ao de Taylor Lautner na saga Crepúsculo, se apresenta em trajes menores diante da Rainha, anuncia que Sobrancelha é a líder dos ladrões, e acaba sendo enfeitiçado pela megera com uma poção do amor para cachorrinhos.


Sobrancelha está com o coração partido por saber que seu Príncipe mal depilado vai se casar com a Cruela, e como imagina que ele está enfeitiçado, decide ir ao casamento sequestrar o Príncipe e deixar toda a corte só com roupas de baixo.


Finalmente, copiando a ideia do roteiro de Encantada, decidem que um beijo de amor verdadeiro pode quebrar o feitiço. Então a mocinha força um beijo mais tosco que o de Bella e Edward, a memória do Príncipe é resgatada, e ele percebe que ela usou morango como batom – época medieval, vamos dar um desconto...


Depois de recuperar o coração do Príncipe, Sobrancelha sai da casa dos anões para enfrentar uma Fera, que logo descobrimos ser a própria Rainha Má, acompanhada de seu bichinho de estimação, algo como um dragão chinês cruzado com uma serpente alada. Realmente não sei que nome se dá a tal criatura.

Enquanto isso, os anões se divertem um pouco vendo o Príncipe Chorão arrebentar a cabeça na porta várias vezes tentando arrombá-la, até que um deles finalmente revela que a chave reserva estava em seu bolso o tempo todo, e a entrega para que Chorão vá ajudar Sobrancelha a matar a Fera, enquanto os anões novamente se divertem, atirando bolas de neve na criatura.

Na última hora, Sobrancelha percebe que a Fera usa um lindo colar de ouro no pescoço, e boa ladra que se tornou, retira-o com a lâmina da adaga de seu pai, que aparentemente possuía algum encanto capaz de destruir feitiços do mal. A lâmina destrói a joia, idêntica ao colar da própria Rainha, exterminando os poderes de Uma Linda Mulher, que envelhece imediatamente.

Então, a Fera se transforma em Boromir, do Senhor dos Anéis, que descobrimos ser o pai de Sobrancelha.


Como todo conto de fadas precisa ter um final feliz, Boromir realiza o casamento da filha com o Príncipe Chorão, e como presente de casamento – olha só que ironia! –, pela primeira vez, quem acaba sendo obrigada a comer a maçã é a Rainha!





Bom apetite!

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