Um filme clichê adolescente:
- A protagonista é a rainha do drama, que está disposta a infringir todas as regras para chegar ao seu objetivo;
- A protagonista é a rainha do drama, que está disposta a infringir todas as regras para chegar ao seu objetivo;
- A mãe divorciada –
é impressionante como esses filmes gostam de contar histórias de jovens filhos
de pais separados, porque supostamente todo mundo se identifica – passa o filme
inteiro com cara de “estou de saco cheio de ser mãe de adolescente! Por favor,
me demitam e me coloquem para fazer figuração em Two And A Half Men”;
- O pai é quase um
figurante, que tem 3 ou 4 cenas minúsculas, e quase sempre tem suas aparições
ofuscadas pelo próprio cachorro de estimação;
- A vilã é a garota
mais popular da escola, que passa o filme todo tentando passar a perna na
mocinha, e é sempre seguida por duas figurantes que aparentemente não têm nada
melhor para fazer além de encarar a mocinha com uma expressão idiota enquanto
ela é intimidada pela abelha-rainha. Elas entram em cena mudas, saem caladas, e
seu guarda-roupa é totalmente voltado a combinar com a rainha do grupo;
- Claro que a
mocinha tem uma melhor amiga, geralmente a garota mais tonta da escola, feia,
burra ou deslocada – ou tudo junto – que no decorrer do filme prova para todo
mundo que tem um cérebro ativo dentro da cabeça, e acaba passando por uma
mudança radical de personalidade graças à influência da protagonista;
- Como em todo filme
adolescente, não pode faltar um carinha lindo que arrasta uma carreta da
Volkswagen pela protagonista, mas ela só se dá conta disso no final;
- E o motivo porque
ela passa o filme inteiro ignorando a paixão do amigo bonzinho e bonitinho é
sempre um cara mais descolado que até pode ficar com ela por um tempo, mas em
geral se revela um idiota.
Até aqui eu descrevi
pelo menos uma centena de filmes clichê para adolescentes e pré-adolescentes da
Disney.
Vamos simplificar
agora, dizendo que o tal cara descolado por quem a protagonista está apaixonada
é um astro do rock.
Embora tenha
parecido, eu não vou zoar esse filme, até porque seria hipocrisia da minha
parte, já que eu até gosto dele.
Confissões de Uma
Adolescente em Crise é outro filme clichê, com enredo batido, amassado, com claras em
neve, assado e decorado com chantilly. É inquestionável! A receita é velha e
repetitiva, mas alguns detalhes chamam atenção.
Honestamente, eu não
gosto da Lindsay Lohan. Não acho que ela seja uma boa atriz, e não se sai muito
melhor como cantora, embora seja, digamos, afinada. Mas eu também não estou
aqui para julgar a atriz.
Neste filme, o detalhe
que vale a pena comentar é a determinação da protagonista. Lola Step – que na
verdade se chama Mary – não é uma garota do tipo “o que será, será, e se
conforma”, como ela própria diz. Ela corre atrás do que quer, não fica
esperando acontecer ou cair do céu, ela faz o possível, o impossível, o
improvável e o inacreditável para conhecer seu ídolo Stu Wolf – que acaba se
revelando um idiota, mas tem seu momento de redenção graças a algo que ela diz.
Como sempre, o mundo gira e torno da protagonista –, e para provar para a vilã
clichê Carla Santini que é amiga dele e que foi convidada para sua festa,
quando na verdade não foi.
Mais que
determinação, Lola tem um otimismo quase inabalável. Ela colore a própria vida
com cores mais vibrantes quando sente que ela está desinteressante. Claro que
no decorrer da história ela aprende que não é bom mentir, porque esse tipo de
filme serve justamente para ensinar essas lições às crianças. Mas mesmo quando
tudo está dando errado, Lola acredita que vai dar certo, e usa isso como
impulso para prosseguir, mesmo quando a amiga pensa em desistir.
Oxalá, existissem
mais Lolas neste mundo, determinadas a realizar seus sonhos e objetivos, a
fazer alguma diferença no mundo, e otimistas em qualquer situação.
Outro detalhe
interessante é que neste filme, a vilã não fica por cima da carne seca o tempo
inteiro, para cair de uma vez no final. Carla Santini leva vários tombos no
decorrer da história, e está sempre frustrada porque seus planos contra a
protagonista sempre fracassam. Lola chega à cidade literalmente para
desestruturar o império de maldades de Carla, a começar, provando ser mais
talentosa no teatro, conseguindo o papel que Carla queria no musical, e se
tornando a aluna favorita da professora. Isto é o que faz a inveja da vilã
aumentar, e coloca Lola na linha de fogo.
No auge do
desespero, Carla usa as mentiras da mocinha contra ela, e este é o único
momento em que vemos Lola fraquejar. Mas o feitiço vira contra a feiticeira
quando Stu Wolf em pessoa, desta vez sóbrio e controlado, vai à fictícia
Dellwood, Nova Jersey, onde Lola mora, para devolver o colar que Lola esqueceu
em sua casa no dia da festa – provando que ela falara a verdade, pela primeira
vez na vida –, e mostrando a todos
que Carla era a mentirosa no final das contas.
E é lógico que
depois de toda a confusão resolvida, Lola finalmente percebe a paixão do amigo
Sam, e fica com ele no final. Como eu disse, clichê.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela visita!
E já que chegou até aqui, deixe um comentário ♥
Se tiver um blog, deixe o link para que eu possa retribuir a visita.