Desafio #12: Com Prazer e Sem Culpa

em terça-feira, 30 de dezembro de 2014


Para encerrar com chave de ouro, eis o último tema do Desafio Literário do Tigre: Guilty Pleasure (Prazer Culpado). Sabe aquele livro que você quer ler, mas não admite para ninguém. Que você lê, adora, mas fica quietinho, na sua, sem comentar nem recomendar aos seus amigos leitores? Então...


Na verdade, não é que me incomode de alguma forma admitir que leio esse tipo de livro. Longe disso, aliás! Não nego para ninguém que ela é uma das minhas autoras favoritas. Mas, de certo modo, é um prazer culpado resenhar (mais) uma história teen aqui no blog. Não que o livro – e principalmente a autora – não mereça...



Ela Disse, Ele Disse
Autora: Thalita Rebouças
Editora: Rocco
Páginas: 192
Gênero:
Sinopse:
Alternando as vozes de Rosa e Leo, ambos adolescentes de 14 anos, novos no mesmo colégio, 'Ela disse, ele disse' é um romance que mostra como meninos e meninas podem sentir as mesmas coisas, pensar e agir de modo muito diferente. Temas como amizade, bullying, respeito às regras e a relação entre pais e filhos também estão presentes no livro. E como num quebra-cabeça em que cada peça se encaixa perfeitamente à outra, a narrativa se desenrola revelando, com ritmo e bom humor, os sonhos e angústias de meninos e meninas diante de cada situação, com direito a passagens hilárias causadas pela difícil comunicação entre os sexos.



Estou falando de Ela Disse, Ele Disse, da Thalita Rebouças. E a explicação, na verdade, é muito simples: é sempre um prazer ler os livros dela, porque a Thalita é mestra em fazer o leitor – de qualquer idade – se conectar com suas histórias e com seus personagens. Ela conta tudo de uma forma leve e divertida, sempre do ponto de vista da protagonista – neste caso, dos protagonistas –, e isso sempre me dá a sensação de estar tendo uma conversa descontraída – ainda que eu seja somente a espectadora – com uma amiga querida. Neste caso, uma jovem amiga querida.


Ela Disse, Ele Disse alterna as vozes dos dois protagonistas, Leo e Rosa, numa narrativa franca e bem-humorada, sobre aquele que provavelmente é o melhor período da vida de qualquer pessoa: o início da adolescência. Leo e Rosa têm 14 anos, e estão enfrentando os mesmos desafios: os dois acabaram de se mudar para uma escola nova, onde têm que fazer novos amigos, se enturmar, e lidar da melhor forma possível com os típicos dramas e dúvidas da adolescência. Nesse primeiro momento, Thalita Rebouças nos mostra as diferenças de pensamentos e opiniões entre meninas e meninos, e como cada um lida com seus próprios dramas. Mas aos poucos, os dramas de Rosa vão se misturando aos de Leo, até nascer aquela linda paixão adolescente, o momento mágico e inesquecível do primeiro amor.


Uma coisa que sempre me encanta nos livros da Thalita Rebouças, é que seus personagens, geralmente, são adolescentes com maturidade acima da média, o que até poderia causar alguma estranheza, e tornar a história um pouco fora da realidade, mas basta ler algumas páginas para compreender que a autora não dá ponto sem nó. Seus adolescentes têm essa característica justamente para servirem como uma espécie de “guias” para os leitores da mesma idade, porque afinal, todos os dramas abordados no livro são bem típicos de qualquer pessoa de 14 anos, e é legal quando você está lendo um livro, e descobre que os personagens estão passando pelas mesmas coisas que você; às vezes, até ajuda a compreender melhor as coisas, a ver os problemas de outra perspectiva, e, por que não? Também dá uma mãozinha para resolvê-los mais rápido e da melhor forma possível.


Por isso a Thalita Rebouças é uma autora tão querida, porque ela sabe compreender e retratar como ninguém as situações desse, que é o período mais aparentemente complicado da vida das pessoas, quando um monte de mudanças estão acontecendo ao mesmo tempo, e todas as percepções parecem estar diante de uma lente de aumento. Em cabeça de adolescente, uma unha quebrada é uma tragédia sem proporções; o fora de um pretendente é o fim da linha; e os pais usarem uma gíria da década passada em público, tentando parecer antenados ao conversar com o filho, é pra morrer! É, adolescente não faz tempestade em copo d’água; faz dilúvio em tampinha de xarope! Eu sei... Já fui adolescente. E nessa fase, toda ajuda – que não venha do pai ou da mãe, dependendo do assunto – é muito bem-vinda.


Ela Disse, Ele Disse dá esse help quando o assunto é início de primeiro namoro: aquelas dúvidas bem naturais sobre se o garoto que você gosta está realmente a fim de você, e vice versa; fala do relacionamento com os pais, e como eles podem lidar com esse assunto; sobre a repercussão que namorados e ficantes têm dentro do convívio escolar – entre os amigos do casal, entre os “nem tão amigos assim”, e entre seus professores e membros do corpo docente.


É um livro tranquilo, de leitura fácil, engraçado, que você pega para ler só um pouquinho, e quando se dá conta, já leu mais da metade. E o melhor de tudo: se divertiu muito lendo!


Um prazer, com certeza; e sem nenhuma culpa!



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