Semana passada
enunciei a história de uma série que tem me cativado desde que comecei a
assistir. E aqui é bom comentar que, não me lembro em que planeta eu vivi esse
último ano, mas só descobri esse tesouro no décimo episódio da segunda
temporada. E depois de me apaixonar pela trama de um bonde grilado que eu peguei andando, fui pesquisar o que eu tinha deixado
para trás, e descobri a caverna do Ali Babá, recheada de tesouros em forma de
episódios de série.
Foi uma maratona
para conseguir os episódios e outra para assisti-los, e depois de me
familiarizar com a novela, chegou a hora de começar a compartilhá-la com vocês,
daquele jeitinho especial que vocês já conhecem, na minha linguagem particular
patenteada pela água que o passarinho não bebe. Uma substância forte e
proibitiva conhecida como Coca-Cola Zero.
Proibitiva pelo
preço, claro...
Desde que eu me
entendo por gente tenho um relacionamento sério com contos de fadas. VHSs com
desenhos deles tive vários – da Disney, meia dúzia, tudo gravado em fitas virgens,
copiado das locadoras ou gravado nas raríssimas ocasiões em que os desenhos
passavam na TV. Sério, se hoje em dia é extremamente difícil passar um desenho
da Disney na TV aberta, alguns anos atrás era quase impossível. Disney Channel
só chegou ao nosso conhecimento mais ou menos uma década atrás, então, dá para
imaginar como era complicado assistir esses clássicos. Branca de Neve e os Sete
Anões, A Bela e a Fera, Os Aristogatas, Aladdin, 101 Dálmatas – único com VHS
original –, Alice No País das Maravilhas, Mogli O Menino Lobo, O Corcunda de
Notre Dame e Pocahontas eram basicamente os membros Disney da minha coleção.
Mas genéricos produzidos por outros estúdios apareciam eventualmente com
precinhos bem razoáveis em bancas de jornais e lojas de R$1,99 – a Burbank da
Austrália salvou minha infância nesse quesito. E das coleções de livros da
primeira fase da minha infância, tive umas quatro versões diferentes dos contos
de fadas ilustrados – e outra de clássicos Bíblicos para crianças, porque
também sou filha de Deus!
E como eu nem sou uma acumuladora, das quatro
coleções de livrinhos de contos de fadas, ao menos três eu ainda tenho! Dos
clássicos Bíblicos também. A outra coleção deve ter se perdido em alguma
mudança, uma pena...
Seja lá como for,
já deu para entender quanto eu gosto desse universo. Meus episódios favoritos
do Chapolin até hoje são os que retratam contos de fadas – tipo Branca de Neve
e os Sete Tchuim Tchuim Tchum Claims e O Alfaiatezinho Valente – e outros clássicos
da literatura, como A Romântica História de Juleu & Romieta e A História de
Don Juan Tenório. E os episódios com fantasmas, bruxas e piratas, não vou
negar.
Bem, como eu
disse, deu para entender essa minha relação com os contos de fadas, né? E deu
para sacar também porque eu gostei tanto dessa série.
Once Upon a Time
criou uma versão bem diferente dos contos de fadas clássicos. Tem muito
personagem inocente fazendo o diabo, e muita gente má buscando redenção.
Naquele post de
apresentação eu destaquei a dualidade dos personagens como ponto alto do
roteiro: ninguém é cem por cento bonzinho, e nenhum vilão é pura maldade. Todos
têm o anjo e o demônio dentro de si, a Fada Madrinha e o Senhor das Trevas – a
Fada legítima é um caso à parte; aquela, para falar a verdade, não cheira nem
fede. Os demais, se contrapõem e se contradizem com relativa frequência, e é
isso que torna essa história tão especial.
Na segunda
temporada a estrutura básica da série foi ligeiramente modificada, talvez para
que todos os eventos de Storybrooke pudessem se encaixar com os flashbacks e
vice-versa, mas na primeira temporada, talvez por uma necessidade de apresentar
devidamente todos os personagens criados, a série seguiu um molde muito
utilizado em séries como Supernatural, só que em vez do “monstro da semana”
tivemos o “conto da semana”. Por isso também a review será meio longuinha.
Agora chega de
embromação, e vamos logo ao Era uma
vez...